E se fosse verdade?

E se fossem verdades todas aquelas “verdades” formadas nas cabeças das pessoas que permeiam o mercado publicitário? E falo de todos: publicitários (profissionais e estudantes), anunciantes e profissionais de veículos.

Já perdi as contas de quantas vezes me deparei com pessoas, inclusive este que vos escreve, confesso, despejando as verdades formadas em diversas ocasiões, como reuniões de brainstorm, trazendo um imenso risco de que a campanha futura já nascesse fadada a tomar os caminhos errados e não encontrar de fato o público-alvo. E falo isto não apenas do ponto de vista da mídia, mas de tudo que envolve uma boa campanha publicitária.

 

“Ah, o pessoal mais jovem não assiste mais TV aberta.”

“Esse programa começa cedo demais. Ninguém assiste.”

“Quero uma mídia de TV com 350 GRP. Isso resolve.”

“Se é classe C, tem que ter linguagem popular SEMPRE.”

“Digital resolve esta campanha.”

“NINGUÉM mais lê jornal impresso.”

 

Bom, poderia citar muito mais “verdades” como esta, mas não vem ao caso agora. O fato é que sim, a comunicação está mudando rápido; com certeza está. Mas também é fato que nem tudo mudou por completo ainda e precisamos estar atentos a isto. E ainda bem que muitas pessoas estão.

Senão vejamos: talvez se o jovem não assistisse mais TV aberta, a Globo não precisasse estar com Malhação no ar há 23 anos ininterruptos. Quem sabe se 350 GRP resolvesse tudo, nem precisasse de um mídia. Bastaria compra dez inserções no Jornal Nacional (35 pontos cada). Pronto; resolvido. E se o digital resolvesse TUDO? Olha aí, Google, Apple e Netflix! Pra que anunciar na TV, em outdoor ou em mídia de aeroporto?

É verdade, até como disse meu colega Vinícius Batista no último post deste blog, que a tecnologia é a base de tudo na comunicação de hoje, mas também é fato que sempre foi. Não teríamos jornal impresso se não tivesse havido a nova tecnologia da prensa. Não teríamos o rádio, se alguém não tivesse pensado no que fazer com as tais “ondas”. E depois a TV, preta e branca e depois colorida, a TV a cabo, a internet, etc, etc, etc. Obviamente o que mudou tudo ao longo da história da humanidade foi exatamente a tecnologia. Então, também obviamente, foi ela quem sempre trouxe todos estes questionamentos e estas verdades, que foram diferentes, cada um a seu tempo. E o tempo? O tempo mostrou que o rádio não matou o jornal, a TV não aniquilou o rádio e a internet não matou (e nem vai matar) a TV. Vai mudar tudo? Já mudou. Como? Através justamente da tecnologia, pois tudo que temos se adapta às suas mudanças e avança em direção ao futuro.

Mas sabem qual é a verdade, na minha humilde opinião? Falta de bom senso, poder de observação e até de humildade pra se aprofundar mais, entendendo de fato as mudanças e tudo que elas trarão, mas sobretudo o que realmente elas já trouxeram. Do contrário corremos o risco de incorrer nestas “verdades” formadas e até passarmos o incômodo dos números e fatos nos desmentirem, mostrando que apesar de muito disso tudo ser realmente tendência, precisamos ter cuidado, pois nem tudo que tende se concretiza ou pelo menos ainda não se concretizou.

Fred Teixeira, Coordenador de Mídia da Aporte.biz Comunicação. 

*as opiniões deste texto são pessoais e não refletem necessariamente a visão da Aporte.biz. 

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Uma ideia muda tudo 😉